Se o problema do ensino de física está na motivação dos alunos, acabo de encontrar a solução. Utilizemos a testosterona que é abundante na adolescência e a teoria da relatividade parecerá óbvia.
Se estás cansado de ouvir falar em física, não exite. Quando sair feche a porta. E deixe-nos falando sozinhos.

Outra magnífica arte que nos emociona é a música. A priori já existe uma íntima conexão entre física e música: o som! O estudo de acústica é essencial na produção de instrumentos musicais. Um bom músico sempre entende algo de ondas sonoras. Um bom físico sempre entende algo de música. Abaixo mostro um vídeo que encontrei no Youtube. Uma tentativa de musicar um tema fascinante da física, mas que muitas vezes torna-se entendiante na boca de um professor. A música é bem ruinzinha (pra ser sincero), mas, como a poesia de Lerias, demos um desconto por ser uma obra de vanguarda. A idéia que é fundamental na questão.
Bem, se você se interessou pode assistir ao vídeo da energia musicada. Caso contrário, deixe-nos falando sozinhos.

Física e Poesia

Como já citei aqui, eu sou um apaixonado pelas artes. Talvez poesia seja minha maior paixão. Fuçando as coisas na internet, descobri uma tentativa de se escrever um livro de poesias tendo como mote a física! A princípio já gostei da idéia. Independente da qualidade das poesias (nesse caso específico altamente questionável!), há de se aplaudir a tentativa. É uma obra de vanguarda. O nome do livro é "O romance da física em poesias" e o autor se chama Welington Roberto Lerias. Aqui está uma de suas poesias que me parece estar numa seleção pessoal do autor:

ENERGIA

Enquanto o poeta escreve uma poesia
Existe total equilíbrio na distribuição de Energia
Por detrás da letra impressa a caneta expressa
A mão que a segura de uma mente segura
Que vem de cima a inspiração que sempre rima
Nas alturas caminha dando luz às regiões escuras
Na sua pressa de repartir o que interessa
Se transforma conservando-se e não se cria
Do mesmo modo que não há destruição da Energia
LERIAS, W.R. - O Romance da Física pg66 ®


Quem quiser mais informações sobre o livro pode acessar o sítio do autor na internet ou a comunidade do livro no orkut. Aplausos então à iniciativa do Lerias.

Ah, você não gosta de poesias. Nem de física. Então por favor, deixe-nos falando sozinhos.

É consenso entre os professores, pesquisadores e até estudantes de física de que algo precisa mudar. Não podemos tentar explicar a natureza que está ao nosso redor usando quadro, caneta e saliva apenas. A física é muito mais do que isso. E nosso aluno tem o direito de conhecer essa física, o direito de responder aos questionamentos fundamentais sobre "como" as coisas funcionam ao seu redor, questionamento esse que o destingue do seu cachorro. É nesse sentido que caminha o ensino de ciências "pós-moderno". O caminho provavelmente passa pela interdisciplinaridade. Não há como falar de natureza sem passar por quase todas as ciências, incluindo as ciências humanas. Afinal, a natureza que conhecemos é vista e interpretada por nós através de uma visão extremamente influenciada por nossa visão de mundo, nossas concepções. Não há como alguém que tenha uma visão determinística de mundo (característica, por exemplo, de um simpatizante da filosofia positivista) estudar a mecânica quântica e todas as suas "incertezas". O psicológico e o social também influenciam na nossa visão da natureza e portanto são variáveis físicas.
Qualquer tentativa de quebra de paradigmas, de rompimento com a inércia e a chatice do quadro e piloto, qualquer tentativa de "reencantar" as aulas de física devem ser louvadas.
Eu, particularmente, sou um apaixonado por artes em geral. Acho fantástico quando um professor consegue mostrar a arte da física ou a física da arte. Sou, como schenberg, um defensor efusivo de que FÍSICA É UMA ARTE. O curso de física deveria ser no CAC.
Unindo a necessidade de mudanças no ensino de física ao meu amor pela arte, venho pesquisando sobre a possibilidade de conectar arte e ciência durante as aulas. Elas existem. E são muitas. Vou então aqui tentar postar algumas dessas possibilidades.

A propósito, sem querer ser indelicado, dê-nos licença.
Deixe-nos falando sozinhos.

Letra do Blues da Física

Blues da Física
Autores: Fábio Novaes & Cláudio Farias

(Intro)
Vou contar uma história pra vocês
Sobre a vida dos físicos
Esses seres imaginários de uma realidade não tão imaginária oculta no universo paralelo de nossas cabeças
Iconoclastas
Símbolo de um racionalismo difamado
Resultado da angústia do homem em comer o que não devia


Eu não conhecia alguém que diria
Irei estudar para fazer física
Não ganha dinheiro essa profissão
Nem vai aparecer na televisão

(Refrão)
Eu faço física na federal
Eu tenho aula até o natal
Eu sobrevivo da iniciação
Mas não tenho mais motivação

Parece tolice tanta dedicação
Procurar o caminho da mínima ação
A vida de um físico é uma tensão
Quando acerta o momento erra a posição

(Refrão)

Me chamam de doido e de sem noção
Dedicar a vida à oscilação
Expando em Taylor tudo o que vejo
E dou interpretação

(Refrão)

Eu faço física no natal
Eu tenho aula na federal
Eu sobrevivo da minha motivação, baby
Mas, não tenho mais... Iniciação!

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Se você acha que somos loucos...
Então deixe-nos FALANDO SOZINHOS!!!!!!

A propósito do nome...

Suponho que o nome desse blog é um desabafo. Se tem uma coisa que físico entende bem (fundamentalmente aspirantes a professores de física) é sobre falar sozinho. As vezes tenho a impressão de que nem eu mesmo estou ouvindo o que estou falando em sala de aula. Duvido que um aluno de física nunca tenha morgado numa conversa de ônibus depois de falar todo empolgado pra um amigo que teve uma aula "linda" sobre física quântica e ele responder: "massa". No início tudo pareceu-me muito frustrante. Ainda mais pra um cara que gosta de falar como eu. Apelei até pra minha mãe sobre física. E o resultado você já sabe... depois de eu terminar um monólogo de 15 minutos sobre entropia ela disse: "quer que eu esquente o peixe agora?". É impressionante. Então falemos sozinhos. Então nos deliciemos nós mesmos com nosssas descobertas e viagens sobre a natureza. Dediquemo-nos então aos monólogos. Sejamos Narcisos da palavra. A propósito, deixe-nos falando sozinhos.

Protótipo


Não entendeu?!
Então deixe-nos FALANDO SOZINHOS


 

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